segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Novembro Calado.

Você estava ansiosa para que chegasse Novembro.
Como se algo fosse mudar.
Os planos de uma vida melhor desapareceram na miséria da sua mente.
Se você olhasse a sua volta, veria o quão importante seria se você aceitasse as palavras, ao invés de apenas despir o seu significado e jogar no lixo junto com toda aquela sujeira irrelevante.
Se você olhasse a sua volta, ainda veria um pingo de gente que se importa. Um pingo de gente que também espera melhoras.
Se você parasse de seguir a trilha de migalhas que te deixaram lá atras, no passado, talvez você parasse de encontrar toda vez a mesma decepção no meio do caminho.
Não posso mais interferir no seu caminho. Nem quero.
Não posso mais tentar deixá-lo melhor. Mas já tentei.
Não sou eu quem tenho que modelar, as ferramentas estão todas nas suas mãos. Você que não sabe usar.
Quando as palavras voltarem a ter significado para você, talvez isto um dia lhe faça sentido, mas agora é só um punhado de rabiscos virtuais impregnados em uma página imóvel.
Tente não cometer os mesmos erros em Novembro. Tente não cometer os mesmos erros nunca mais.
Nem eu sou certo, mas eu tento.
É difícil, mas enquanto as tentativas falarem mais alto que a desistência, haverá esperanças para um dia melhor.

sábado, 29 de outubro de 2011

A Máquina.

As vezes eu queria ser uma máquina.
Queria ser padronizado, sistematizado.
Queria ser livre de erros.
Eu não queria ser humano, não agora.
Seres humanos têm escolhas e sentimentos, e sentem o peso de suas ações.
Máquinas só cumprem suas tarefas e só sentem o óleo deslizando por suas engrenagens.
Humanos expelem lágrimas de tristeza. Para as máquinas, só restam a graxa impregnada no metal.
Mas há uma coisa que as máquinas e os humanos têm em comum:
ambos são usados por outros humanos.
Sempre que eu chego à essa conclusão, meu lado humano desperta
e eu desisto de ser uma máquina. Ao menos por enquanto.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Sussurros

Ouço sussurros, seus sussurros.
Eles atravessam a sala
eles atravessam os muros
quando chegam nos meus ouvidos
sua voz se cala.
Sussurros, sussurros.
Ouvi alguns boatos, ouvi algumas histórias
uns diziam que você me amava
outros diziam que você sequer se importava.
Boatos, histórias, sussurros.
Quero saber a verdade
quero ouvir as palavras diretamente de seu coração
cansei de sussurros,
quero palavras claras, sinceras
sejam velhas, sejam novas
mas que sejam suas
só não quero mais sussurros.
Palavras, sussurros, verdades.
Eu pedi, você atendeu
palavras vieram do seu coração;
não fora o que eu esperava
fiquei um pouco sem reação
você disse que não me amava.
Pedidos, palavras, verdades.
Me sentei, não tinha para aonde ir
me deitei, mesmo sem querer dormir
achei que era errado, confuso
mas ali, deitado no chão frio
tudo o que eu desejava era ouvir seus sussurros
Sussurros, sussurros, mais uma vez.