quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A Arte de Errar

Erros deixam marcas por onde passam.
Erros são como pincéis carregados com uma tinta estragada
que passam por cima de uma bela tela, estragando a sua superfície
e ficando ali à mostra, para se lembrar da pintura que deu errado.
Uma obra de arte desprezível, que qualquer um tem a capacidade de fazer.
Os erros revelam que somos frágeis, que deslizamos facilmente
mesmo sem estarmos em pé em uma forma de gelo.
Alguns erros nos tornam covardes
outros erros nascem da nossa própria covardia.
Se eles têm a sua parte ruim, mas carregam também a lição
que pode ser a sua parte boa.
Eles acontecem para que você se lembre de não cometê-los novamente.
Mas, eu erraria em dizer que as coisas são tão fáceis assim.
Eu erraria em dizer que eu nunca vou errar de novo.
Eu erraria em pensar que todos os erros merecem perdão.
Assim como eu estaria vagamente enganado
pensando que todos os erros ficam presos no passado.
Eles retornam, ah, se retornam.
Esfregam na sua cara aquela pintura feia
e te lembram que você é o autor.
Autor da obra de arte. Autor dos erros.
O único que pode mudar os traços dos seus erros
é o autor.
E o autor, no momento, sou eu.